segunda-feira, 27 de abril de 2015

Com olhos fitos em Ti




Por todo o tempo que quiseres, Ó meu Bem-Amado, tua avezinha deixar-se-á ficar sem alento e sem asas. Continuará sempre com os olhos fitos em ti. Quer fascinar-se do teu olhar divino, quer tornar-se presa do teu amor... Um dia, conforme espero, virás, Águia Adorada, buscar tua avezinha e, transportando-te com ela até ao Foco do Amor, mergulha-la-ás por toda a eternidade no ardente abismo desse Amor, ao qual se imolou como vítima...

Do Livro “História de Uma Alma”, de Santa Teresa do Menino Jesus




domingo, 26 de abril de 2015

Cada um de nós...



Cada um de nós é o fruto 
de um pensamento de Deus. 
Cada um de nós é querido, 
cada um de nós é amado, 
cada um é necessário. 
(Bento XVI) 




quarta-feira, 22 de abril de 2015

Espírito Santo, vem, visita, enche!


Há regiões onde é costume convidar a entrar quem quer que apareça em sua casa à hora da refeição, para partilhar aquilo que se está a comer. Sabe-se, no entanto, que a pessoa convidada com a mesma educação irá pedir desculpas e recusará. Ficar-se-ia desconcertado, e porventura secretamente contrariado, se o convidado respondesse sem cerimônia: "Sim, aceito com todo o prazer!". Por vezes, sem disso nos darmos conta, os nossos convites ao Espírito Santo são semelhantes a este tipo de convites. São convites convencionais; não são convites reais. Temos de repetir aqueles três convites - VEM, VISITA, ENCHE! - e fazê-lo como quem tem a certeza de que eles vão ser levados muito a sério e acolhidos.

Na oração, temos de ser também "unânimes e perseverantes", como os apóstolos com Maria no cenáculo, unindo-nos, quando possível, a outras pessoas que já realizaram um novo Pentecostes e que podem nos ajudar a predispor-nos e a vencermos qualquer temor.

Além disso, precisamos estar dispostos a que algo novo mude na nossa própria vida. Não se pode convidar o Espírito Santo a vir, para nos encher, contanto que deixe ficar tudo como estava. "O que o Espírito toca, o Espírito muda", diziam os Padres. Quem invocar: "vem, visita, enche!", por essa mesma invocação se entrega ao Espírito e Lhe entrega as rédeas da própria vida, ou as chaves da própria casa. Entregar-se ao Pai, para que o Pai nos entregue ao Seu Espírito! Tal é a condição.


Do Livro “Vem, Espírito Criador!”, de Padre Raniero Cantalamessa




De volta às origens


"Nosso passado não é um rio congelado 
que nos prende e paralisa, 
mas um rio cálido e fértil 
que nos enche de vida 
e nos encoraja a caminhar" 
(Santo Agostinho)






sexta-feira, 17 de abril de 2015

Deus Criador


Ele, porém, criou a criancinha que nada sabe 
e só pode soltar débeis vagidos; 
criou o pobre selvagem, que não dispõe, 
para sua orientação, senão da lei natural; 
aos seus corações é que se digna baixar, 
onde se encontram suas flores campestres, cuja simplicidade o arrebata...
Condescendente desta maneira 
o Bom Deus mostra sua infinita grandeza.


Santa Teresa do Menino Jesus









terça-feira, 14 de abril de 2015

Águia, não sou...


Águia, não sou, mas dela tenho, simplesmente, OLHOS E CORAÇÃO, pois que, não obstante minha extrema pequenez, ouso fitar o Sol Divino, o Sol do Amor, e meu coração sente nele todas as aspirações da águia... Quisera a avezinha voar em direção ao Sol fulgurante que lhe fascina os olhos. Quisera imitar as águias, suas irmãs, quando as vê elevarem-se até o divino foco da Santíssima Trindade... Tudo o que pode fazer, ainda mal, é soerguer as asinhas. Mas, sair voando é o que sua reduzida força não permite! Qual será a sua sorte? Morrer de desgosto, por ser tão impotente?... Isso, não! A avezinha nem sequer se afligirá. Num audaz abandono, continuará fixando seu Divino Sol.

Nada a poderia amedrontar, nem o vento, nem a chuva. E quando nuvens carregadas vêm encobrir o Astro do Amor, a avezinha não muda de lugar. Sabe que, além das nuvens, seu sol está sempre a brilhar, e seu esplendor não poderia eclipsar-se um instante sequer. Verdade é que, por vezes, o coração da avezinha se sente acometido pela tempestade. Parece-lhe não acreditar na existência de outra coisa fora das nuvens que a envolvem. Chega, então, o momento da alegria perfeita para a pobre e frágil criaturinha. Que ventura, ainda assim, continuar ela ali mesmo, fitando a luz invisível que se subtrai à sua fé!!!... Até aqui, meu Jesus, compreendo teu amor pela avezinha, pois não se afasta de ti... Mas, às vezes, eu o sei e tu o sabes também, a imperfeita criaturinha, sem sair de onde está (isto é, debaixo dos raios do sol), deixa-se desviar um pouco de sua única ocupação. Respingando um grãozinho à direita e à esquerda, correndo atrás de algum bichinho... Mais adiante, encontra uma pocinha de água, onde molha a plumagem recém-formada. Quando vê uma flor que lhe agrada, logo sua mente se prende a ela... Afinal, não podendo planar como as águias, a pobre avezinha entretém-se ainda com ninharias da terra.

No entanto, depois de todos os desmandos, em vez de pôr-se num cantinho para chorar suas misérias e morrer de tristeza, a avezinha retorna ao seu bem-amado sol. Abre as asinhas molhadas à ação dos raios benfazejos. Geme como a andorinha, e no meigo cantar mostra confiança, esmiúça todas as suas infidelidades, cuidando, em seu temerário abandono, que assim adquire mais império, atrai mais de cheio o amor daquele que não veio chamar os justos, mas os pecadores... Se o astro adorado não dá ouvidos aos lastimosos gorjeios de sua criaturinha, se continua oculto à sua vista... então, a criaturinha continua molhada, conforma-se em tiritar de frio, e alegra-se ainda com o sofrimento, aliás, merecido...

Ó Jesus, quão ditosa é tua avezinha por ser débil e pequena, e que seria dela, se fosse grande?... Nunca teria a audácia de comparecer à tua presença, de dormitar diante de ti... Sim, aí está ainda um fraco da avezinha. Quando quer fitar o Sol Divino e as nuvens lhe impedem de enxergar um só raio, os olhinhos fecham-se sem querer, a cabecinha esconde-se debaixo da asinha, e a pobre criaturinha adormece, crente de que continua a fitar sempre seu astro querido. Quando desperta, não se desconsola. Seu coraçãozinho permanece tranquilo, prosseguindo seu mister de amor, invocando os Anjos e os Santos, que se elevam como águias em direção ao Fogo devorador, objeto de suas aspirações. E as águias, compadecendo-se de sua irmãzinha, protegem-na, defendem-na, afugentam os abutres que quereriam devorá-la. Aos abutres, imagens dos demônios, a avezinha não os teme. Seu destino é tornar-se presa, não deles, mas da Águia, que avista no centro do Sol do Amor.

Do Livro “História de Uma Alma”, de Santa Teresa do Menino Jesus

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Oração pelo dom da unidade



"Deus nos conceda perseverar de tal modo unânimes 
na oração, na caridade e na procura da verdade, 
que sejamos dignos de alcançar, 
como uma nova efusão do Espírito, 
o dom precioso da UNIDADE. 
Assim poderá tornar-se realidade o que Jesus, 
na noite da Ceia, pediu ao Pai: 
'que sejam perfeitos na unidade, 
e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, 
como amaste a mim'. 
Amém."

(São João Paulo II)